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Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento


O indivíduo é uno (singular, nunca se repete). O Ser Humano é uniforme e multiforme; convergente e divergente, mas não diferente. É diverso. No que respeita à sua biologia, os Seres Humanos são praticamente iguais, em todo o Planeta, tendo sofrido adaptações ao meio, em função das exigências desse mesmo meio. Os Seres Humanos são diversos e não diferentes. É na diversidade que se encontra a excelência de se Ser Humano. A raça é somente uma: a Raça Humana.


Depois da evolução até ao homo sapiens sapiens, a base genética do ser humano tem ficado essencialmente a mesma, até à actualidade. As grandes mudanças nas vidas dos indivíduos, desde a época pré-histórica, não se devem à evolução biológica, mas à evolução cultural. O Ser Humano adaptou-se, articulando as suas necessidades com as necessidades do grupo, tornando-se um ser gregário e convivendo com regras e interesses do grupo, para que fosse possível sobreviver.


Ao longo da História da Humanidade, muitos Seres Humanos e Culturas foram, e continuam a ser, submetidos à rejeição, ao preconceito e ao silenciamento pela sua condição de “pertencimento identitário”, distinto dos padrões vigentes, definidos como válidos e aceitáveis, perante presunções políticas e ideológicas que se pressupõem superiores.


O multiculturalismo continua a ser confundido com diferenças, tais como a cor da pele, o meio em que o indivíduo habita ou com a própria língua. Pensar e viver, no mundo actual, passa pelo reconhecimento da diversidade de indivíduos e de culturas. A sociedade continua aprisionada nas amarras do poder, na violência real e simbólica e no pressuposto de que existem homens superiores e homens inferiores. Este processo dualista acentua as diferenças.


“Homens inferiores”: homens de experiência, mecânicos, matéria e aparência – que possuem propriedades, valor, atributos “menores”.


Homens superiores”: homens de inteligência, de ideias, capazes de encontrar a verdade, experienciar a liberdade e o conhecimento e onde as propriedades ou atributos vão constituir-se como valor “superior”.

Para que as relações de diversidade se fundamentem no respeito e tolerância recíproca, concebendo as diversidades culturais, não como sinónimo de superioridade, inferioridade ou desigualdade, mas como equivalente a plural e diverso, tem de haver uma mudança de consciência e ética na política, na educação, na religião e nas disputas territoriais e económicas.


Proclamado através da resolução 57/249 adotada pela Assembleia Geral da ONU de 20 de Fevereiro de 2003, o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento, que hoje se celebra, procura afirmar valores como o respeito pela diferença entre culturas, a tolerância, a solidariedade entre os povos, a coesão social e o diálogo.


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