Dia Mundial do Comércio Justo

Assinalado no segundo sábado de Maio, o Dia Mundial do Comércio Justo tem o objetivo de sensibilizar os consumidores para todas as iniquidades que o sistema económico e comercial impõe aos muitos produtores que lutam para obter um preço justo pelos seus produtos e insistir no consumo responsável, no respeito pelo ambiente e na primazia das pessoas sobre o lucro económico, garantindo uma vida digna aos trabalhadores de todo o mundo.

O Comércio Justo garante respeito pelos direitos humanos e laborais; salários e condições de trabalho dignos; exclusão de trabalho infantil; promoção da igualdade de género e respeito pelo ambiente e o clima. 170 Organizações da Sociedade Civil já subscreveram a Declaração de Alternativas que apela aos governos para que recusem o Acordo UE-Mercosul. Uma nova forma de comércio é possível e necessária.

O comércio justo não é ajuda nem caridade, mas sim uma forma de participar no mercado em condições não abusivas, uma exigência fundamental para os países em desenvolvimento. É também um modelo alternativo que propõe uma nova economia para facilitar a participação no mercado em condições social e economicamente justas, de forma que os pequenos produtores também tenham um lugar neste mundo.

De acordo com estudos recentes da OCU (Organização de Consumidores e Utilizadores) sobre consumo sustentável e alternativo, 49% dos consumidores conscientes declaram comprar produtos biológicos e de comércio justo. Este número é consentâneo com outros estudos europeus, mas há que cruzar várias fontes, uma vez que inclui tanto os consumidores que compram um ou dois produtos como aqueles que preferem sempre produtos biológicos e de comércio justo como parte do seu estilo de vida.

Os produtos com garantia de origem no modelo de comércio justo têm selos que o atestam. Os rótulos FLO (Fairtrade Labelling Organization) e WFTO (World Fairtrade Organization) são certificações que cumprem os requisitos. Essas exigências recaem sobre o preço recebido pelos produtores, as condições sociais e ambientais de produção e as relações comerciais estáveis com os importadores. Todos estes factores melhoram a qualidade de vida dos pequenos produtores.

Os produtos de comércio justo mais vendidos são os géneros alimentícios de base, como o café, o chocolate, o arroz, o açúcar, entre outros.