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O corpo que dança


«O movimento não é uma decisão do espírito, é sequência natural da visão. Não há visão sem pensamento. A visão é uma complexidade de pensamentos e movimento do corpo, simultâneos. O que permite o vínculo entre mundo e indivíduo é a noção do corpo presente, um corpo que habita o mundo, que não está fora dele. O corpo que dança entrega-se ao espaço como numa expressão de sensibilidade própria do corpo. O movimento como reflexo da relação homem-mundo, indivíduo-objecto.


O corpo do bailarino é um corpo entregue ao mundo, ao espaço e às coisas que o afectam. Precisa existir uma disponibilidade deste corpo dançante para que haja movimento. Tudo se passa no espaço do corpo do bailarino, que atravessa o espaço, criando uma dimensão infinita. O movimento dançado acontece num espaço e tempo determinados, já que o corpo - espaço do corpo - não depende do lugar onde se encontra o bailarino. A dança é inscrita no espaço apenas por um momento, por isso não tem permanência. O movimento dançado é, então, infinito.»



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